quarta-feira, 28 de maio de 2014

Copa do Mundo - Discurso 28/05/2014

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (Bloco/PR-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há cerca de 15 dias da Copa do Mundo, a realizar-se de 12 de junho a 13 de julho, o Brasil e os brasileiros estão diante de muitas indagações e reflexões. Numa perspectiva mais abrangente, importa menos saber o resultado das competições futebolísticas e importa fazer as prospecções sobre o chamado legado da Copa e as demandas da sociedade na agenda do dia a dia e seus desdobramentos a médio e a longo prazos.
O Brasil, País do futuro, é cada dia mais o País do presente. A expressão revela uma visão otimista do escritor judeu-austríaco Stefan Zweig em meados do século passado, quando a economia do País ainda dependia da produção agropecuária e percorria os novos rumos da industrialização modernizadora. Antes, numa visão simplista e equivocada, o Brasil chegou a ser chamado de País essencialmente agrícola. Hoje somos o País das vanguardas tecnológicas nesta era da informatização globalizada, em condições similares às principais economias do mundo desenvolvido, com excelências em todos os campos das ciências aplicadas e das pesquisas.
O cenário da Copa do Mundo também expõe nossas carências em termos de infraestrutura de transportes, mobilidade urbana, saneamento, segurança pública, saúde e demais serviços essenciais. Portos, aeroportos, estradas e vias públicas desde já estão na vitrine como parte deste capítulo chamado de mobilidade. A infraestrutura do Brasil está em jogo. Agora, durante e depois da Copa do Mundo o campeonato da mobilidade será o grande clássico das multidões.
Governos, organismos dos poderes públicos, BNDES e empresas da iniciativa privada mobilizaram somas bilionárias de recursos para a construção de estádios de futebol e obras viárias compatíveis com as exigências de uma competição mundial sob os olhares de todos os continentes e de bilhões de telespectadores nos dois hemisférios. O senso crítico ou autocrítico do Brasil também está olhando para si mesmo. As manifestações populares de junho do ano passado continuam na memória da sociedade e hoje simbolizam o anseio da sociedade para a melhoria da qualidade de vida da população e oferta dos serviços públicos com eficiência e boa gestão.
A conscientização da sociedade indica que o clamor da sociedade adquiriu dinâmica própria e irá continuar, movido por suas carências. A informação dissemina-se em todas as áreas e move o espírito crítico da sociedade. A opinião pública cobra a boa governança dos gestores em todos os níveis e todos os poderes. Em nosso Estado Democrático de Direito, a institucionalização das mudanças passa, inevitavelmente, pelo Congresso Nacional.
O legado da Copa vai muito além das competições esportivas, este é um dado evidente. Em Pernambuco temos a chamada Arena de São Lourenço da Mata, uma obra grandiosa em termos de estádio futebolístico. O empreendimento agrega valores no seu entorno. O desenvolvimento da região oeste do Grande Recife foi preconizado em função das obras de urbanização, vias de acesso, construção de moradias e o agregado de comércio e serviços. A construção do estádio mobilizou recursos, gerou emprego e renda. O estádio deve ter uma função multiuso, incluído o futebol.
O Brasil sediou sua primeira Copa do Mundo em 1950, quando na final houve a perda melancólica para o Uruguai no estádio do Maracanã. Hoje este fato pertence è memória histórica. A realização da nova Copa do Mundo interage com uma dinâmica social na qual a melhoria da qualidade de vida das populações e a boa governança dos gestores públicos são imposições dos novos tempos e devem constituir a grande vitória dos brasileiros.
Muito obrigado.

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