Hoje à tarde, além de despachar com meus assessores, participei da Sessão Ordinária, presidi boa parte dela e fiz um discurso ressaltando o descompasso que existe no Brasil entre a inclusão digital e a inclusão de serviços básicos essenciais à população. A seguir, dois trechos do meu pronunciamento:
"Há 25 anos, em março de 1989, a sigla www veio à luz no
mundo da informática, ao ser adotada pelo pesquisador britânico Berners Lee em
artigo publicado numa revista científica da Suíça. O evento é emblemático como
prenúncio dos novos tempos. A sigla em inglês – World Wide Web – pode ser
entendida, numa tradução livre, como O mundo largo na tela, ou O mundo amplo na
tela."
"A inclusão digital avança a passos largos em descompasso com
a inclusão de serviços básicos essenciais à população, tais como a saúde,
educação, infraestrutura e saneamento básico. É mais fácil acessar os canais
dos satélites de comunicação que desfrutar os benefícios das tubulações do
esgotamento sanitário. Isto traduz em boa medida a natureza dos investimentos
públicos e privados. Os setores de tecnologia são movidos por recursos da
iniciativa privada, oriundos ou não de financiamentos governamentais. Os
empreendimentos em infraestrutura dependem basicamente de investimentos
públicos. Parcerias público-privadas são bem-vindas para desvencilhar-se de
entraves burocráticas e destravar a roda da economia.
O segmento das novas tecnologias tem sua própria dinâmica empresarial. Para
investir, gerar prosperidade e empregos, precisa de um ambiente econômico saudável,
menos burocracia e menos impostos, como as demais atividades produtivas, e
regulação do mercado na defesa da sociedade e dos consumidores. A qualidade dos
serviços, na telefonia móvel e Internet,
está aquém dos padrões de boa qualidade e cabe ao Governo exercer seus
instrumentos de fiscalização e controle. As tarifas são exorbitantes."
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